quinta-feira, dezembro 08, 2011

um poema de 1993, com pretensões à letra de música (com alguns retoques nas duas primeiras estrofes, pode ser gravado pelo Zeca Baleiro)


que tem as moscas
de bodega como amigas
sabe que viver é uma
arte

ele que não vê poesia
nos suburbanos domingos
ou nas pírações do filho
hipotético poeta
espermadas no muro do bairro

com sua imensa prole
é um solitário
ontem chamado nordestino otário
hoje um mestre da sobrevivência
já não lembra o que
disse seu pai
1/2 século atrás
filho
viver é uma ciência