segunda-feira, janeiro 21, 2008

poema

Gilcênio Vieira Souza


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quinta-feira, janeiro 10, 2008

Heráclito

Gilcênio Vieira Souza

ninguém se banha

no mesmo

rio

duas

vezes

já dizia Heráclito

pois nem o rio

nem a pessoa

são os mesmos a cada segundo


estou aqui

no meio desse poema

e já não sou mais

o de antes, o das primeiras palavras

e o poema há muito deixou

de ser a folha em branco

à espera dum menestrel ou

do simples gesto

de uma mão ansiosa por contato

(não o do papel,

mas o silencioso enamoramento do olhar

de quem vai ler)


já que tudo muda

devemos tentar enxergar o segundo seguinte:

serei um velho contente de sua longevidade e cuja vida se resume a assistir na tv a novela das 8 de segunda a sábado e no domingo o futebol?

na dúvida,

cá estou a me aventurar por Joyce

e outros labirintos intelectuais


a

mudança não é

muda

: ela sussura ou grita

é branda ou enfezada

e quando, por um tempo afônica,

com música (ou ruídos)

na alma


sim, tudo muda


aprendamos, então,

a mudar


a mudar

com dignidade

e não ao sabor

de ventos

& tempestades


Pio XII, Maranhão, 10/01/08, 13 horas e 20 minutos.